Nas vezes em que eu o encontrei, me pediu esmola. Dei-lhe algumas moedas. Ele responde citando números de versículos da Bíblia.
Mas
o que ele mais faz é escrever versos da Bíblia e frases apocalípticas, a
giz, no asfalto e nas calçadas. Alguns acreditam que ele não existe. Se
ele não existe, de onde surgem as frases escritas nas ruas?
A caligrafia é ótima, a ortografia péssima. Mas o que vale é a intenção, seja lá qual seja.
E
sua escrita não se restringe às ruas da Vila Carrão, Vila Santa Isabel,
Aricanduva e Formosa. Já o encontrei escrevendo na Avenida Paulista e
houve relatos de que fez o mesmo na Vila Mariana. Enfim, deve passar o
dia perambulando em São Paulo, escrevendo suas frases com giz pelas
ruas.
Seu nome é Diolino. Alguns dizem que começou sua jornada após uma iluminação religiosa. Outros, após levar o fora de uma mulher. As duas coisas causam o mesmo impacto em qualquer homem.
Tentei
fotografá-lo, mas ele não gosta que o fotografem. É o que diz às
pessoas que esboçam pegar o celular ou uma câmera. E, agindo com
veemência, força o fotógrafo a guardar o equipamento.
Eparrei!