Racismo no futebol, torcedores racistas, Santos X Grêmio, Goleiro Aranha
"Racista, eu? Claro que não!" É uma frase que a maioria das pessoas diz. Ou, no mínimo, tem ensaiada em seu subconsciente. Mas esse subconsciente sempre os trai. E há momentos em que essas pessoas tiram do armário o seu racismo para espanar a poeira.

Jogo entre Santos o Grêmio, quinta-feira, 28 de agosto de 2014, na casa do time gremista; o goleiro do Santos, Aranha, é negro e um grupo de gremistas começou a xingá-lo de negro isso, negro aquilo e macaco. O goleiro esbravejava pro juiz e nada. Não constou nem na súmula. Mas, como foi um caso com imagens, repercutiu nas redes e na televisão. Teve uma imagem de um loirinha na arquibancada gritando "macaco!"

Resultado: ela se fodeu! Perdeu o emprego e ainda está sendo avacalhada nas redes. Durante um bom tempo, vai ser reconhecida nas ruas como a loirinha que gritava "macaco" na arquibancada. Fico imaginando o quanto que esse mico nacional vai marcá-la. A mocinha que gritou "macaco", está pagando um "mico".

Que isso me entristece, entrestece. Mas não me choca, pois aconteceu por aqui ou em qualquer lugar do mundo. O que me choca mesmo é ver que, entre os gremistas, havia um negro, também chamando o goleiro negro de "macaco". Isso é igualmente grave! Isso é completamente repugnante! Isso é totalmente imperdoável! Coisa que não dá pra entender, tampouco aceitar.

Mas aposto que, tanto para a loirinha quanto para o negão racista, vão minimizar a atitude, reduzindo tudo a uma simples coisa de torcidor de futebol apaixonado pelo seu time.

Os 7 a 1 da Alemanha, deveriam ser um marco para uma reforma no futebol Brasileiro. Não vão ser. O quiproquó no estádio do Grêmio poderia ser um marco para a luta contra o racismo no futebo. Também não será.

Eparrei!

Rogério de Moura


Os acidentes eram incontáveis e o número de mortes idem.

Protestos vinham de todos os setores da população local, pedindo reformas para conter o número de acidentes. Até que chegou o dia em que, finalmente, os governantes tomaram juízo e reformaram completamente o asfalto.

Tão perfeito ficou que daria para jogar bola de gude pela estrada. 

O resultado... 

Antes do resultado, um parênteses: os nossos motoristas não resistem à uma pista lisinha, cujos pneus deslizam como se lutuassem.

Agora sim, o resultado: triplicou o número de acidentes.

Há um grupo de líderes locais pedindo para que as autoridades façam alguns buracos na pista para conter o número de acidentes.

Eparrei!

Rogério de Moura



O progresso é inevitável e, não sendo predatório, é necessário. Porém, uma casa ou um prédio demolido fizeram parte de um lugar, da vida de pessoas, de uma história.

As casas não deveriam desaparecer em surdina, desprezadas como se tivessem ofendido, traído alguém ou cometido algum crime.

Em um mundo ideal, casas ou prédios, antes de serem demolidos,  retornando ao pó, deveriam receber uma homenagem, um agradecimento ou uma festa de despedida, pelo que contribuíram para história do lugar. Ou, pelo menos, uma salva de palmas, enquanto o trator se aproxima.

Rogério de Moura