"A mãe fala pro filho não enfiar o dedo na tomada. O menino enfia o dedo na tomada, toma um baita choque. E o que faz o menino? O moleque devia pensar: "Caracas, me fudi. A mãe disse pra eu não meter o dedo na tomada. Fui idiota. Nunca mais..." Mas o menino só sabe abrir um berreiro, como se o mundo tivesse sido impiedoso com ele."
Essa fábula me fez pensar no povo (sofrido, castigado e sempre apanhando) durante as águas do verão:
Essa fábula me fez pensar no povo (sofrido, castigado e sempre apanhando) durante as águas do verão:
Exemplo 1: Pois bem, aí, aí, o brasileiro constrói a casa num belo precipício. Aí vem outro e faz uma casa bem do lado. E mais outros... O tempo passa, as famílias se reproduzem, aí fazem um puxadinho aqui, acolá... Plantam bananeiras no quintal (bananeira é uma maravilha pra infiltrar água no solo graças a sua folhagem característica). Como a área é ilegal, improvisam um esgoto. E assim vão levando a vida.
Até que a chuva...
Exemplo 2: A família vai para as margens e um rio ou órrego e fazem a mesma coisa do exemplo 2.
Até que a chuva...
Vida fácil é dos repórteres: pauta garantida. Todo começo de ano, o que não falta são desabamentos, perdas materiais, mortes, gente chorando na TV.
E a TV trata como se aquilo nunca tivesse acontecido antes. E o povo enfiando o dedo na tomada, como o menininho teimoso.
Eparrei!
Até que a chuva...
Exemplo 2: A família vai para as margens e um rio ou órrego e fazem a mesma coisa do exemplo 2.
Até que a chuva...
Vida fácil é dos repórteres: pauta garantida. Todo começo de ano, o que não falta são desabamentos, perdas materiais, mortes, gente chorando na TV.
E a TV trata como se aquilo nunca tivesse acontecido antes. E o povo enfiando o dedo na tomada, como o menininho teimoso.
Eparrei!
Rogério de Moura
0 comments:
Postar um comentário