Assaltaram o poeta,
Armas em punho, mandaram
Que passassem toda gramática
Angústia e devaneios.
Assaltaram o compositor,
Surrupiaram a inspiração,
As noites de insônia,
A euforia depois de um refrão.
Assaltaram o filósofo
Levaram toda a racionalidade,
Questionamentos e suposições.
Anotações que fez de cabeça.
Assaltaram o profeta,
Levaram os delírios,
As certezas, o desapego,
E seu cajado imaginário.
Do mendigo dormindo na rua
Enojados, nada levaram.
Nele adormeciam a filosofia,
A profecia, a música e a poesia.
Rogério de Moura
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