São incontáveis os LPs e depois os CDs que colecionou em toda sua vida. Graças a essa coleção, ouviu 'Para Elisa' através das tocantes interpretações dos mais renomados músicos e maestros por todo o planeta.
Sabe de cor acerca história da célebre composição: feita para homenagear Elisabeth Röckel, nascida em 1793, irmã caçula do cantor Joseph Röckel, que em 1806 cantou o papel de Florestan na única ópera de Beethoven, "Fidelio", sob a regência do próprio compositor. Assim como seu irmão, a graciosa bávara, que os amigos chamavam "Elise", afeiçoou-se ao excêntrico gênio nascido em Bonn. Alegre e despreocupada, ela possuía também talento musical, tocava piano e mais tarde tornou-se cantora. Na primavera europeia de 1810, mudou-se de Viena para Bamber.
Um dia, Alfredo se apaixonou. Curiosamente, o nome dela era... Elisa. Não se sabe se foi por coincidência ou por obsessão do fã de Beethoven.
A obsessão por aquela música do beethoven o fez brigar com a noiva para que 'Para Elisa' fosse tocada na cerimônia de casamento, no lugar da "Marcha Nupcial" de Mendelsohn. Foi vencido. Mas os convidados da festa tiveram que ouvir o clássico beethoviniano inúmeras vezes durante a festa, interpretada por uma banda composta por um trio de guitarra, teclado e bateria.
A relação de amor com 'Para Elisa, supunha-se, seria eterna.
Até que começou a ser tocada pelo caminhão do gás.
(Rogério de Moura)
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