Aconteceu! É verdade! Ou melhor, será verdade.
Afinal, “foi” em 2020. De repente, os integrantes do PT
descobriram que, entre eles, havia jovens bons de bola. Montaram um
time. Aos poucos, os patrocínios foram chegando. A coisa ficou
séria. Os jogadores começaram a se profissionalizar. Chegou um técnico
de peso para coordenar a rapaziada. O time disputou a Série C.
Ascendeu à B do Brasileirão e, em 2019, chegou,
finalmente, à Série A, numa disputa acirrada entre o Ceará, o
América do Rio e o Juventus de São Paulo.
Mas nem tudo poderia ser assim tão perfeito, pois
trajeto semelhante teve o time do PSDB, que teve ascensão idem. Iguais até na licitação fraudulenta para a escolha do hino oficial. Houve denúncias de superfaturamento para os dois times.
A rivalidade entre os times do PT e PSDB começou a se equivaler a um ao Corinthians e Palmeiras, Flamengo e Fluminense, Grêmio e
Internacional. Entre os torcedores petistas e peessedebistas, essa
rivalidade tornou-se em todos os assuntos.
- O PT é time do povão! PSDB é time de
pó-de-arroz!
- Aqui tem um bando de loucos. Loucos por ti PSDB!
Pelas ruas, as torcidas do PT e do PSDB
protagonizavam brigas homéricas, para o azar dos moradores e donos
de lojas nas ruas onde ocorriam os violentos encontros. Esses mesmos torcedores passaram a frequentar a Assembléia Legislativa, entre outros parlamentos. Como resultado, intensas brigas aconteciam diante dos perplexos deputados e vereadores.
Como não poderia deixar de ser, às vezes morria um pobre coitado. Quando a autoria da morte era da torcida do PT, os peessedebistas exigiam rigorosas investigações, enquanto os petistas, com advogados e habeas corpus, utilizavam-se de todos os recursos disponíveis para salvar os assassinos das garras da lei. Acontecia a mesma coisa quando era a torcida do PSDB que matava alguém durante um quebra-pau. Os petistas, é claro, ficavam revoltados.
As jogadas e os debates sobre os times saíram da
esfera dos programas esportivos e passaram a ocupar programas
políticos. Até nos plenários as autoridades dirigiam-se para
comentar sobre o fato de serem fanáticos torcedores do PT ou do
PSDB.
Os estudantes das universidades, principalmente os
da USP, abandonaram os times tradicionais e tudo o que discutiam no
campus girava ao redor dos times do PT e PSDB.
Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo,
Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio e outros grandes clubes
começaram a perder torcedores que, virando casaca, engrossavam o
contingente dos times petistas e peessedebistas.
O time do PT era associado ao povão e o PSDB às classes mais abastadas. Mas havia pobres que torciam para o PSDB e gente da elite petistas de carteirinha.
A rivalidade entre os torcedores do PT e do PSDB afastou e apartou pessoas. Houve peessedebistas que nunca mais conversaram com seus melhores amigos porque se declararam petistas. O pai de uma noiva, petista fanático, proibiu a filha de casar-se com um torcedor do PSDB.
Atacar a opinião alheia pelo fato de ser torcedor do PT ou do PSDB tornou-se recorrente. Não importa o assunto. O comentário de quem discordasse era mais ou menos:
- Você tá dizendo isso porque é petista!
- Tinha que ser coisa de torcedor do PSDB!
- Tava na cara que você torce pro PT!
- Eu esperava ouvir isso de qualquer um. Mas de um peessedebista...
Façamos um salto de dez anos. Estamos em 2030. E, diante de nós, um estranho panorama: a maioria dos grandes clubes faliu, por falta de torcedores, afogados em imensas dívidas. Em 2035, um Brasileirão de apenas dois times: o PT e o PSDB.
O time do PT era associado ao povão e o PSDB às classes mais abastadas. Mas havia pobres que torciam para o PSDB e gente da elite petistas de carteirinha.
A rivalidade entre os torcedores do PT e do PSDB afastou e apartou pessoas. Houve peessedebistas que nunca mais conversaram com seus melhores amigos porque se declararam petistas. O pai de uma noiva, petista fanático, proibiu a filha de casar-se com um torcedor do PSDB.
Atacar a opinião alheia pelo fato de ser torcedor do PT ou do PSDB tornou-se recorrente. Não importa o assunto. O comentário de quem discordasse era mais ou menos:
- Você tá dizendo isso porque é petista!
- Tinha que ser coisa de torcedor do PSDB!
- Tava na cara que você torce pro PT!
- Eu esperava ouvir isso de qualquer um. Mas de um peessedebista...
Façamos um salto de dez anos. Estamos em 2030. E, diante de nós, um estranho panorama: a maioria dos grandes clubes faliu, por falta de torcedores, afogados em imensas dívidas. Em 2035, um Brasileirão de apenas dois times: o PT e o PSDB.
Eparrei!
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