Ser pobre em um mundo justo ou rico em um mundo desigual?

Dia desses, um sujeito comprou um pacote de viagens numa agência barata. Foi o que pôde pagar. O navio, que curiosamente tinha um nome que começava com a letra "T", de Titanic, bateu em um iceberg e afundou. Apenas ele sobreviveu ao naufrágio, despertando em uma ilha deserta. 

Tempos depois, encontrou uma garrafa na areia da praia. Aberta a garrafa, na esperança de poder encontrar a melhor cachaça mineira ou pelo menos uma 51 ou Velho Barreiro, deu de cara com uma névoa, da qual surgiu (adivinhem só) um gênio, que prontamente agradeceu ao náufrago pela libertação, oferecendo-lhe, como recompensa, a realização de apenas um desses desejos:


Opção 1: ganhar 5 milhões de reais, ou...


Opção 2: em um só pedido, acabar com toda a podridão inerente ao instinto humano. Seria também o fim da violência, das guerras, da corrupção, da fome, da pobreza, dos motoristas bêbados e do Paulo Maluf.


Nosso amigo, sem titubear, pediu a "Opção 1" e, no dia seguinte, tornou-se o novo milionário da Mega-Sena. E, hoje em dia, vive feliz da vida, com a conta bancária cheia de cifras, gastando uma fortuna em segurança, tendo a família vivendo em condomínios extremamente armados e tentando curar o câncer dos filhos.


O condomínio onde vive, pouco tempo atrás, sofreu um arrastão. Viaturas, helicópteros, programa do Datena... Por sorte, ele e a família não estavam lá. Afinal, ficaram mais de quatro horas presos em um congestionamento. Uma de suas filhas, semana passada,  sofreu um sequestro-relâmpago. Graças a Deus, os bandidos levaram a grana e preservaram a vida das vítimas.


E o milionário náufrago consola-se: havia optado por uma vida melhor.




Rogério de Moura




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