A fila da Casa Lotérica

Um, dois, três milhões na conta:
"O que fazer com tanto dinheiro?"
Da casa lotérica a fila desponta,
Será assim dia inteiro.

Um, dois milhões e o que se pensa
Quando estamos em uma fila?
Automóvel, comida na dispensa,
Contas pagas, vida tranquila?

Dinheiro no bolso, vida mansa,
O que povo espera, o que eu espero.
Em cada fila sopros de esperança
Em cada pessoa, eterno desespero.


Um, dois, três, quatro milhões
Queremos tudo, sem exagero.
É o que pedem nossas orações

É o que implora nosso desespero.

Fosse só um milhão! E se esqueceria
O último real que se gastou
Para comprar o bilhete de loteria
De outro sonho que se passou.

                                          Rogério de Moura










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