Inteligência artificial

Em um certo país, uma dessas poucas potências espalhadas pelo mundo, um grupo de renomados cientistas, sob a supervisão do exército, desenvolveu um computador dotado de inteligência artificial.
O equipamento, capaz de raciocinar por si, dotado de uma infinidade de informações, tinha capacidade de processamento de dados sem precedentes. Poderia elaborar qualquer raciocínio sobre qualquer assunto, de cálculos a teorias de Filosofia.
Aí, começaram os problemas…
Pediram para planejar uma maneira eficiente de invadir um certo país que, segundo eles, abrigava células terroristas. O computador recusou-se a fazer qualquer cálculo, alegando pouca consistência nos argumentos dos militares. A máquina também falou sobre a morte de inúmeras pessoas que nada tinham de envolvimento com tais células.
Outra vez, tentaram fazer com que o equipamento, via satélite, estabelecesse melhores rotas de exploração de um minério preciosíssimo em um país Sul-americano. O computador se recusou, alegando que já estava na hora de permitir que o próprio país pudesse ser beneficiado com a própria riqueza.
Pediram à máquina que monitorasse a tubulação de petróleo de um país do Oriente Médio. O computador se recusou, recomendando o desenvolvimento de energia alternativa.
Noutra ocasião, negou-se a realizar um cálculo necessário para a correção de um mecanismo de um importante aparato militar.
De que adiantava um equipamento com toda aquela inteligência mas questionando todas as ações que venham a causar danos ao planeta e a algum ser humano que nada tem a ver com o assunto?
Que deveriam fazer os renomados cientistas? Abortar o programa e renunciar à fortuna que o governo lhes fornecia?
Desde então, sob supervisão do exército, os renomados cientistas desesperadamente tentam desenvolver uma inteligência artificial que seja, não apenas, inteligente, como também dotada da ganância e da sordidez humana.


Rogério de Moura



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