A pose do homem

A pose do homem

Disse aquilo mesmo em tom de piada, com certeza. Mas uma breve historinha:

Estava eu um dia desses com um amigo no metrô (sempre) lotado. Falávamos sobre assuntos de sempre: futebol e mulheres.

Ele tem sessenta anos, mas está enxuto, físico de quarentão. Dono de um bom humor, no rosto um amplo sorriso, de leste a oeste. É uma pessoa que gosta de demostrar estar de bem com a vida e havia acordado de bom humor, na expectativa de mais um produtivo dia de trabalho.

Aí, de repente, uma mocinha que estava sentado num dos bancos do trem levantou-se para oferecer lugar para ele sentar.

Acabou o mundo. Seu rosto mudou de expressão. Aquele homem bem humorado, orgulhoso de si, imponente, dono ee seu destino, caiu numa profunda depressão

Uma transformação aterradora. Tornou-se, em segundos, uma pessoa melancólica e amargurada.

Tentei reanimá-lo, em vão.

Comecei a viagem na companhia de uma pessoa e terminei com outra.

E, por quê?

Por que a mocinha, inconscientemente, ao oferecer-lhe um lugar para sentar, apunhalou a autoestima do meu amigo.

Esse preço, aos homens, é muito caro.

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