Festa das nuvens


Uma nuvem flutuava no céu. Tinha o formato de um boi, depois parecia um coelho, em seguida, um cão. Mas na verdade, sempre parecia algodão-doce. Sentia-se triste e solitária.
Pegou seu celular - lá em cima o sinal é ótimo - e ligou para um amigo, que também era uma nuvem:

- E aí, que tá fazendo?
- Nada. Só flutuando.
- Porque não flutua por aqui?
Pouco tempo depois, estavam as duas nuvens juntas, trocando umas ideias. Chamaram outra nuvem, que logo chegou, trazendo mais nuvens.
Ligaram o aparelho de som em alto volume. No toca-discos, o som do Trovão, banda de muito sucesso.
A cada instante que passava, mais nuvens chegavam, trazendo pizza, bebidas e relâmpagos.
A festa seguia animada até que a vizinhança começou a reclamar do barulho.
Chegou a polícia celestial e as nuvens fugiram, começando um imenso temporal.
Enquanto isso, lá embaixo, o trânsito parou, enquanto sofás, geladeiras e móveis flutuavam em rios e córregos, enquanto as autoridades prometiam resolver o problema das enchentes.
(Rógério de Moura) 


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