James Brown, o Mestre

Natal é uma palavra ligada diretamente ao conceito nascer. Morrer no Natal... Ainda com o panetone e o pernil de fazendo a digestão, lembrei-me de duas mortes que aconteceram em 25 de dezembro: Charles Chaplin e James Brown - meu homenageado desse texto.

Curiosamente, começo o texto descendo a lenha no homenageado. Esse caboclo me decepcionou e explico o motivo: acreditava que, pelo seu estilo de vida, mais cedo ou mais tarde, ele iria morrer trocando tiros com a polícia, batendo um possante carrão a 300 km por hora, levando um tiro de um marido ciumento ou facadas de uma mulher traída. Mas mão: morreu de pneumonia. A sensação que tive seria como saber que a Amy "Pé Na Jaca" Winehouse tivesse morrido por causa de intoxicação após ter bebido um copo de leite.

James Brown! Gênio, louco (como todos os gênios, em maior ou menor grau), uma das figuras mais influentes do Século XX no âmbito musical. Outro exemplo de como a miséria nada significa quando se tem talento (e uma certa dose de desatino). O caboclo foi lá e fez.

Dispensa apelidos, mas aí vão alguns: Soul Brother Number One, Sex Machine, Mr. Dynamite, The Hardest Working Man in Show Business, Minister of The New New Super Heavy Funk, Mr. Please Please Please Please Her, I Feel Good, The Original Disco Man, The King of Funk, The King of Soul, The King of The Kings, The King! O apelido que eu daria para ele: The Master.

Marcou minha juventude e foi outro daqueles que me enchem de orgulho por ser negro. "Eureka, sou da mesma etnia do tio James!"

Não pode faltar em nenhuma discoteca, ou iPod, celular com MP3 Player ou computador, os discos *Get On the Good Foot" (1972), * The Payback" (1974) e "Hell" (1974).

Algo correu em minhas veias após a primeira vez em que ouvi o vinil "Payback", na minha pré-histórica vitrola Philips cor laranja. Por mais que se seja pé de chumbo, não há como não agitar os pés. Sua música obriga os músculos a se remexerem, ao ritmo de seu funk demolidor, visceral.

Ainda vou fazer uma relação das personalidades que fizeram ter orgulho por ser negro. A lista é imensa, já adianto. Porém, jogadores de futebol que ficaram milionários e trocaram a esposa que há anos apoiava o marido em sua carreira e que agora dão anéis de brilhantes a marias-chuteiras estão vetados.


Bordão do mestre: "Diga bem alto: sou negro e tenho orgulho disso!"

James Brown - Sex Machine 

James Brown - Say It Loud I'm Black and I'm Proud 




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James Brown / soul / funk / orgulho negro / preconceito racial / racismo / direitos humanos / natal

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