13 de Maio, Dia de Preto Velho

Não é pequeno o orgulho. Sou um preto velho. Nem tão velho, ainda jovem. Mas preto, com certeza.

Dia do Preto Velho deveria ser feriado nacional. Mas como a bancada dos pretos velhos ainda é pequena, ainda nos falta representatividade política.

Alguns vereadores já conseguiram absurdos como o Dia do Rock, o Dia da Roda da Carroça, o Dia do Corno. "Dia do Preto Velho" não seria nenhuma indecência. E, convenhamos, o "Dia do Preto Velho", diante de tantos absurdos, seria um bem para a humanidade. Afinal de contas, seria um dia para se reverenciar a sabedoria. Hoje em dia, privilegia-se o aprendiz, não o mestre.

No Rio de Janeiro, os vereadores aprovaram o 13 de Maio como Dia do Preto Velho. Alvíssaras! Parabéns ao Rio de Janeiro.

Penso em coisas como o trânsito brasileiro. Principalmente nas grandes cidades. O que me levou a relacionar sabedoria com trânsito? É simples: o motorista brasileiro é um dos mais selvagens do mundo. Na Índia, onde o trânsito é tão caótico quanto o paulistano, morre muito menos gente. Porque isso acontece? Existem várias razões. Uma delas é porque um psicopata aqui pode atropelar vários ciclistas e sair cantando saltitante da delegacia, enquanto que, na pátria do Obama, pegaria perpétua.

O motorista brasileiro deveria se espelhar no preto velho. Paciência e sabedoria levam muito mais longe. O sujeito enfia o pé no acelerador e, na posse do possante motor do seu veículo, cortando entre os carros, arriscando a vida dele próprio e de qualquer um que cruze seu caminho, consegue adiantar, em seu tempo, apenas, vejam só, três minutos. Vale à pena? Claro que não.

No entanto, o brasileiro pode até abdicar do direito de fazer sexo. Quanto ao direito de dirigir bêbado, ninguém pode pôr a mão. O brasileiro é capaz de fazer passeatas defendendo o direito de tomar todas e sair dirigindo bêbado e causando as piores tragédias.

Mas, voltando ao assunto inicial, viva o Preto Velho, viva a Macumba!

Macumba é outra palavra que assusta aos brasilerios. Ficou associada a coisas ruins. Vingança? Faça macumba. Foi traído? Faça macumba. Deseja a mulher do próximo? Faça macumba. É uma visão equivocada da macumba, que infelizmente impera no incosciente tupiniquim. Quem faz o mal é o ser humano. Mas colocam a culpa na macumba. E é uma palavra que soa bem. As duas palavras das quais mais gosto: amor e macumba.

Até parece que é a macumba que mata torcedores de futebol nas saídas dos estádios, ou na "saidinha do banco". Até parece que é a macumba que aumenta o gasto de conta de luz e água. Como se fosse a macumba que apertasse o gatilho durante um assalto. Como se macumba dirigisse um veículo depois de encher a cara num boteco.

Macumba é magia. Macumba é mágica como a vida.

Preto Velho é sabedoria. Como os maiores sábios que existiram na cultura ocidental (e oriental).

Buda, Sócrates, Einsein, Niestche, entre outros do clube, não eram nada mais do que pretos velhos. Pretos Velhos gregos, alemães, suíços, russos, suecos etc.

Já o ser humano...

Feliz Dia do Preto Velho!

Rogério de Moura 


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