Bandidos e corruptos, eu vos imploro: demonstrem um mínimo de pudor!

Certo dia presenciei um sujeito estufando o peito e gritando orgulhoso: “Eu sou ladrão! Sou cadeeiro! Sou do PCC!”. Assim gritava como se tivesse sido diplomado em Medicina horas antes E, num absurdo contraste, presenciei outra cena, ocorrida noutro dia: um sujeito  tristonho, cabisbaixo, dizendo, baixinho, como estivesse confessando um pecado imperdoável: “Eu sou professor!” Triste retrato de uma triste inversão de valores.

O Pimenta Neves (rico) foi preso. Caminhou em direção à viatura sorrindo e acenando para as câmeras. Como o Cacciola, que voltou deportado de Mônaco e, em solo brasileiro, deu coletiva como se fosse um pop star.

Não fez duas semanas, um menor (pobre) matou duas meninas a facadas. Na delegacia, riu para as câmeras.  Uma promotora (rica) simulou um surto psicótico diante das câmeras após a explosão de um escândalo na qual estava envolvida.

Poderia citar milhares de exemplos. A maioria, ocorridos neste ano. E estamos em maio.  O ano de 2011 está saindo da infância e entrando na adolescência. E aconteceram pelo menos dois crimes-que-deixaram-o-país -estarrecido" por mês. Ainda podemos considerar que o ano está começando. Sem lembrar da cada do Delúbio, retornando em festa, ovacionado pelo PT, na época do mensalão rindo para as câmeras e dizendo que tudo iria virar piada de salão. Não deu outra.

Os crimes não chocam mais. Na realidade, a única coisa que deixa o brasileiro chocado são três derrotas consecutivas de seus times de futebol. Isso sim é capaz de mobilizar uma multidão em protesto diante das sedes de seus respectivos clubes.

Os criminosos, os infratores, ricos ou pobres, graças à impunidade brasileira, perderam o pudor, a vergonha do que cometeram. Pelo contrário, se orgulham, como se tivessem inventado uma vacina contra o câncer.

Penso seriamente em liderar uma campanha de conscientização da bandidagem e corruptos em geral: “Se você for cometer algum crime, demonstre um mínimo de pudor diante das câmeras.” “Demonstrem sentir um mínimo de vergonha pelo ato criminoso.”

Afinal de contas, do jeito como eles demonstram o orgulho no que fazem, mais brasileiros de má índole, cientes (com toda razão) da impunidade, irão juntar-se a eles. Convenhamos, trata-se de aumento de concorrência e diminuição dos lucros.

Eparrei!

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