Foi comprado por uma família de classe média e ocupava um lugar de destaque na estante, para a inveja das visitas.
Foi quando o nosso personagem decidiu invadir a casa. Espreitando os bens do lugar, mirou no vide-o cassete. Era a primeira invasão a uma casa, sua estréia no mundo aparentemente fácil do crime.
Pouco experiente, fez barulho. Os cães latiram e os moradores chamaram a polícia.
Ele conseguiu fugir, correndo através das ruas escuras. Mas logo uma viatura o alcançou.
Dez anos depois, uma extensa ficha policial, incontáveis surras e cicatrizes. Ele se encontrava sem emprego e sem perspectiva de vida. Não sabia o que fazer para criar seus quatro filhos, gerados em dois casamentos não oficiais.
Perambulando cabisbaixo, observou um vide-o cassete VHS, sete cabeças, som Dolby stereo numa caçamba de lixo e não se importou. Seguiu caminhando, mergulhado em sua angústia.
Tivesse reparado no aparelho abandonado no lixo e observado o número de série do aparelho, teria um choque: era o mesmo aparelho que o fez estrear no mundo do crime.
Rogério de Moura
Rogério, seu personagem seria, por acaso, algum cineasta?! kkk
ResponderExcluirBelo texto. Parabéns!