Dizem que dinheiro não dá em árvore e isso é uma falácia.
Tenho um pé de dinheiro no quintal de casa, fazendo sombra a um pé de guiné e
outro de arruda.
Quem tem a bênção de possuir um não diz a ninguém. Mas não é
por medo de ser tido como uma pessoa rica.
Para se plantar um pé de dinheiro é preciso muito esforço e
dedicação. Podar as folhas nos primeiros anos; regar sempre, pois é uma planta
que bebe mais água que o ser humano nas piores ressacas.
Para se plantar, basta abrir um buraco, colocar uma nota,
cobrir novamente com a terra e regar sempre. Não convém adubar muito pois
afetaria o odor das cédulas.
Quando começa a brotar, é nota que não acaba mais. Tem dias
em que o quintal fica coberto de dinheiro.
O problema do pé de dinheiro, e aí vem o motivo da vergonha
daquele que os plantam, é que só começa a brotar depois de, no mínimo, trinta
anos. E sempre será a mesma nota que se plantou.
Ou seja, não sei mais o que fazer com as milhares de notas
de 500 mil Cruzeiros que plantei, aquela tem o rosto do Mário de Andrade. Estão cobrindo o quintal, a calçada; entupindo os bueiros. Tampouco não faço ideia sobre que de destino dar ao meu pé de 1.000 Cruzados. Quando secas, dão uma boa fogueira, mas, haja fogo.
Tentei ver se o chá daquele dinheiro poderia curar alguma
coisa. Mas o boldo, pra ressaca; a babosa, para a saúde; e o manjericão para o
macarrão são imbatíveis.
Ou seja: se ninguém diz que tem um pé de dinheiro, é por
pura vergonha.
Estou pensando em plantar um pé de 100 Reais, mas sabe-se lá
como será o panorama econômico para os próximos anos.
Eparrei!
Rogério de Moura
0 comments:
Postar um comentário