Ela foi cercada, agredida e morta. Durante a agressão, ninguém se aproximou para defendê-la. Enquanto ela agonizava, ninguém para socorrê-la.
E agora, com o corpo estendido na calçada, ninguém para velá-la. Não houve quem se importasse com o que estava acontecendo, sob o sol do meio dia, na calçada de uma grande metrópole.
Um carteiro que passava por lá não percebeu. Muito menos um senhor. Atrasado para o trabalho. Tampouco uma mãe que estava levando os filhos para a escola. Um dos filhos reparou no acontecia e apontou o dedo. A mãe, alheia, o puxou, arrastando-o na direção da escola. Afinal, estavam atrasados.
Não contentes, os vorazes agressores começaram a esquartejar a vítima. Os carros que passavam não pararam. Um pipoqueiro que passava pelo lugar não deu a mínima importância.
Chegou a polícia! Finalmente haveria alguma reação. Nada. Os dois policiais passaram bem ao lado, calmamente, conversando entre si.
Eis que os assassinos começaram a comer a vítima, enquanto outros comparsas se afastavam, levando alguns pedaços consigo.
Violência brutal e desmedida, em plena luz do dia. Mas é um mundo violento. Duvida-se que irá, no dia seguinte, figurar entre as manchetes dos jornais.
Um fato despercebido por acontecer entre uma pobre vespa e um bando de formigas.
(Rogério de Moura)
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