Motel e Futebol

Para ela, era para ser um momento de amor, devaneio, delírios e muito coito (será que ainda utilizam essa palavra hoje em dia?).
Para ele também. Um momento de prazer quebrando uma estressante semana de muito trabalho e pouca compensação financeira.
Um motel barato com pernoite acessível. Quartos confortáveis, aparelho de som, banheira de hidromassagem e televisão.
Foi esse o problema.
Ao ligar o aparelho, esperando ver um filme pornográfico para apimentar o momento... Futebol!
Como? Na correria, o casal se esqueceu que a noite gloriosa coincidia com a decisão do campeonato.
Ela torcia para um dos finalistas. Ele, para o time adversário. A rivalidade era motivo de piadinhas entre os dois, que tiravam de letra aquela rivalidade. Afinal, o amor prevalecia.
Até aquela noite, que seria de romance, coito e idílio (será que ainda usam essa palavra hoje em dia?).
Os casais dos quartos vizinhos ouviram, não dois casais fazendo amor, mas dois torcedores torcendo cada qual para o seu time.

Motel e futebol: dois patrimônios nacionais.

                                                                                                     (Rogério de Moura)



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