Na cabeça das estátuas

No chão, em meio a bitucas de cigarro e restos de restos, um mendigo dormia, sonhando um amor e uma cama.
Logo acima, um velho senhor de bronze fazia cara de sério enquanto ostentava um olhar de quem fez algo importante.
Acima disso tudo, um pombo cagava na velha cabeça de bronze, enquanto vigiava as janelas dos edifícios e as pessoas ansiosas no ponto de ônibus.
Será que os espíritos dos homenageados se incomodam com os pombos que defecam na cabeça de suas estátuas?
(Rogério de Moura)



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