A moça do celular e o bêbado equilibrista

A moça e sua colega de shopping center caminhavam pela caçada. 
Não conversavam. Cada uma mantinha a atenção em seus smartphones.
Em sentido contrário, cambaleava um bêbado, tropeçando, caindo, rindo.
Enojadas, as duas mocinhas reparavam no bêbado, sentiam seu mal cheiro e comentaram sobre os incontáveis tombos e tropeços que o alcoólatra sofria diariamente, vagando pelas ruas feito um zumbi, refém de seu próprio vício.
Esqueceram-se dos incontáveis tombos e tropeços que elas próprias tiveram enquanto mantinham a atenção na tela de seus celulares, vagando pelas ruas feito um zumbi, reféns de seu próprio vício eletrônico.
(Rogério de Moura)


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