Gula

Estava com muita fome.
Bem que tentou, mas não resistiu
à apenas uma colherada,
à uma simples mordida.
Foi devorando tudo,
despejando a comida
garganta abaixo.
Voraz, não parou.
Devorou a casa, a rua,
o quarteirão, a cidade.
Comeu o país e o continente
Daí, foi fácil engolir o planeta.
Não contente,
comeu outros mundos e estrelas.
Mal percebeu, devorava o universo.
Terminou devorando a si mesmo.

(Rogério de Moura)


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