Manha da aranha

Do nada,
do obscuro,
do escuro,
do não visto,
do ignorado,
do vácuo,
deste ou outro mundo,
surgiu entre os meus olhos,
uma aranha
fazendo alpinismo
num invisível fio de teia.
Me encarando 
com muitos olhos e
balançando as doze pernas.
Assoprei e,
em pânico,
ela voltou para o seu universo
ou dimensão,
onde há milhões de serea
de seis pernas curiosos
em conhecer criaturas
com dois olhos,
dois braços,
duas pernas
e uma cabeça 
cheia de dúvidas.

(Rogério de Moura)




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